silêncio
no que há em torno
do que me vou tornando
observa
(silente)
há um som oculto
em tudo
que não se revela..
(a chama que queima
surge do o quê da vela?)
aquilo que desejo
deseja em mim de qual onde?
por que desejo um algo
e não outro
que se esconde?
e o que não desejo
por que silencia?
o que é então que calava
pelo entre
da tua voz que sorria?...
o que forma tornados em torno?
o que houve naquilo que ouve?
qual o distante
do que se é longe?
há algo mais
ou de menos?
verbo que verba somente sinais
que algo que há na tua voz
para um vós
que não me escutais?...
Li e reli...até conseguir escutar cada palavra...( gostei muito)
ResponderExcluirBeijo
Sónia
Belos teus versos! Instigante, nos faz ler, reler e refletir.
ResponderExcluirSão tantas as perguntas as quais as respostas jamais nos contentarão, ainda que sejam respostas.
ResponderExcluirBom mesmo é isso, seguir na inquietude do questionamento.
Bom fim de semana.
Beijo!
A propósito, tenho um segundo blog, o Relicário, no qual posto normalmente coisas dos amigos. Qual a possibilidade de postar alguma coisa sua por lá?
Não sou de ficar buscando algo de divino nas coisas. Para mim as coisas surgem sem querer, brotam de um silêncio e se fazem sons ao acaso, e por algum tempo, voltam aos mistérios da não-criação. "O que ouve?" é um poema que despertou em mim algo meio bíblico, me fez lembrar a Bíblia, daquilo que se lê nos primeiros livros dos descendentes de Abraão. Me fez lembrar de deus-criador-todo-poderoso (o chamam assim), que em seu ímpeto de fazer surgir tudo simplesmente do nada, quebra o silêncio da antimatéria. É como se Ele pensasse, não dizendo, mas pensando o “verbo que verba somente sinais” e depois de feito sua obra, faz uso da doce ironia em seu questionamento às criaturas recém surgidas: “não me escutais?”.
ResponderExcluirÉ sempre muito bom ler seus poemas, muito bom mesmo.
Forte abraço!
Gostei dos versos...
ResponderExcluirVc escreve bem ^^
Seguindo....