14 setembro 2012

O que ouve?


silêncio
no que há em torno
do que me vou tornando

observa
(silente)
há um som oculto
em tudo
que  não se revela..
(a chama que queima
surge do o quê da vela?)

aquilo que desejo
deseja em mim de qual onde?
por que desejo um algo
e não outro
que se esconde?
e o que não desejo
por que silencia?

o que é então que calava
pelo entre
da tua voz que sorria?...

o que forma tornados em torno?
o que houve naquilo que ouve?
qual o distante
do que se é longe?

há algo mais
ou de menos?
verbo que verba somente sinais
que algo que há na tua voz
para um vós
que não me escutais?...

5 comentários:

  1. Li e reli...até conseguir escutar cada palavra...( gostei muito)

    Beijo
    Sónia

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  2. São tantas as perguntas as quais as respostas jamais nos contentarão, ainda que sejam respostas.

    Bom mesmo é isso, seguir na inquietude do questionamento.

    Bom fim de semana.
    Beijo!

    A propósito, tenho um segundo blog, o Relicário, no qual posto normalmente coisas dos amigos. Qual a possibilidade de postar alguma coisa sua por lá?

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  3. Não sou de ficar buscando algo de divino nas coisas. Para mim as coisas surgem sem querer, brotam de um silêncio e se fazem sons ao acaso, e por algum tempo, voltam aos mistérios da não-criação. "O que ouve?" é um poema que despertou em mim algo meio bíblico, me fez lembrar a Bíblia, daquilo que se lê nos primeiros livros dos descendentes de Abraão. Me fez lembrar de deus-criador-todo-poderoso (o chamam assim), que em seu ímpeto de fazer surgir tudo simplesmente do nada, quebra o silêncio da antimatéria. É como se Ele pensasse, não dizendo, mas pensando o “verbo que verba somente sinais” e depois de feito sua obra, faz uso da doce ironia em seu questionamento às criaturas recém surgidas: “não me escutais?”.

    É sempre muito bom ler seus poemas, muito bom mesmo.

    Forte abraço!

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  4. Gostei dos versos...
    Vc escreve bem ^^

    Seguindo....

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