05 agosto 2012

Vote em mim para vereador. Mas... por que mesmo?

Há algo que sempre me chama a atenção em candidatos para vereador. Eles quase nunca dizem, não ao menos de forma clara, o porquê de quererem ser vereadores. No máximo informam algumas de suas características, de suas supostas qualidades, quase sempre clichês, do tipo: competência e dinamismo, trabalho e honestidade, seriedade e compromisso, e por aí vai, aquelas baboseiras que não dizem absolutamente nada, pois todos dizem a mesma coisa, e se todos dizem a mesma coisa, como escolher entre um e outro? Ademais, como saber se a pessoa realmente possui as qualidades que afirma ter?  Mas o que realmente importa, os objetivos do candidato caso seja eleito, as suas propostas, os seus ideais, enfim, o MOTIVO social de ele querer ser vereador, isso são raríssimos os que explicitam de maneira convincente.

Talvez, nem eles mesmos saibam. Ou, talvez, saibam: ganhar um bom salário sem fazer quase nada, ajudar os seus amigos e familiares, obter certa fama e certo prestígio, "aparecer" mesmo,  estar no meio dos "poderosos", ou seja: nada que diga respeito ao povo. 

Aqui em Santiago, há vereadores que não apresentam uma proposta sequer realmente séria, que seja em prol do desenvolvimento efetivo da comunidade e do município. Há os que estão na câmara porque já se acostumaram a ficar lá e querem sempre se reeleger, contando com seus eleitores acomodados e absolutamente acríticos. Há os que estão pela vontade (e pelo dinheiro) do papai. Há os que estão para fazer belos discursos e impressionar os eleitores com seu verbo vazio. Há os que estão porque gostam de política. Ou de politicagem. Gostam das reuniões (ou festas) de partidos, com churrasquinhos, pratinhos de frios, muita conversa fiada, muita risada, muitos tapinhas nas costas... Claro, quem não quer ser vereador para poder ter parte nesses privilégios? Agora, trabalho em benefício do povo... Para quê? O povo não se importa mesmo. E gosta de votar sempre nos mesmos. De preferência, nos ricos. Por que será?

Recordo agora de um caso verídico. Um candidato a vereador em um município da Bahia (não lembro qual munícipio), pelo fato de ser anão, utilizou-se do seguinte slogan: "Votem no anão 'fulano'. Dos males, o menor". Faz sentido. Muito mais do que escrever embaixo da foto do santinho um lugar-comum completamente vazio: "Trabalho e Competência".

Aproveito a ocasião para declarar meu voto para vereador ao amigo Juarez Girelli. Foi o único que me deu uma ideia satisfatória dos seus objetivos na câmara caso venha a ser eleito. Não direi que não haja outros bons candidatos. Acredito que existem. Porém querem ser vereadores para quê? Isso ainda não esclareceram. 

5 comentários:

  1. Excelente análise...
    O interessante foi você falar
    sobre o povo acrítico.

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  2. Interessante perguntarmos também aos eleitores: você vai votar em fulano por que??? Aí muita decepção com as respostas, quase todas sempre referem um benefício pessoal recebido. Quase nunca referem algum feito que tenha beneficiado a comunidade em geral. Nenhum refere alguma lei ou ações do tal candidato em prol de uma causa, por exemplo, geração de empregos, capacitação profissional, instrução. Mas, um que fazia sopões, outro que fazia campanhas de agasalho, que fez abaixo-assinado por um asfalto, etc... ações imediatistas é o que os eleitores querem. Eleitores ACRÍTICOS também sobre seu próprio senso de civismo!

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  3. Estou tão desenganada, que prefiro nem escolher, não vejo nada que vale a pena!

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  4. Tens razão.
    Talvez seja o mais importante poder na vida democrática: o fiscalizatório do Executivo municipal.
    Mas, infelizmente, também está completamente desvirtuado.
    Condena-se, à nível federal os chamados mensalões. Esquecemos, a nível municipal, as louvações, os churrascões, as bebeções, os beija-mões, os acertões, os toma-lá-dá-cazões etc.
    E a chamada REFORMA POLÍTICA é como a tributação da grandes fortunas.
    NÃO SAI NUNCA!
    Claro, para sair deveria deixar de ser pautada pelos políticos e pelos poderosos. Deveria ser pautada por quem de direito, pelo povão.
    Mas este, coitado, não tem tempo para pensar. Não sobra tempo. Tem de trabalhar, trabalhar e trabalhar e quando sobra um tempinho.....é novela, é futebol.
    Até parece que é coisa pensada. Só parece, claro!

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