12 julho 2012

Não Sirvo

vós me perguntastes
em algum (de nenhum) tom
entre o fútil e o vago
(como se perguntar
respondesse a algo)
o para quê?
serviria um poeta

respondi
(como se nem estivesse aqui)
que poeta
(se poeta)
não serve pra nada
e não serve a ninguém

poeta
(seja nada ou seja triste)
é o que ainda resiste
em ser-se

a função do poeta
é ser o ser em si
num mundo
onde todos são como todos
e ninguém é ninguém

sou-me
(ainda que um além)...

mas jamais
ser-vos

8 comentários:

  1. Admirei o trecho:
    "num mundo onde todos são como todos
    e ninguém é ninguém".

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  2. O poeta sente todas as coisas dentro dele e escreve... Mas permanece nessa quietude eterna.
    Como um silêncio composto por palavras.

    Adorei o poema!
    Beijos.

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  3. Fantástico Al!
    Gostei muito!!

    Um ótimo fim de semana

    Beijo
    Sónia

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  4. Não saberia conjugar tão bem!...
    O existencialismo ganhou uma roupa intensa nas suas linhas...

    Gostei muito!

    Beijos =( (hoje estou triste e não finjo - rs... isso foi engraçado)

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  5. O poeta é um ser formado de versos e de sentir!
    Gostei demais!

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  6. Não consigo ver o mundo sem a sensibilidade dos poetas...Amo poesias.

    Bjo e ótimo fim de semana

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  7. Gostei bastante, Al, os meus parabéns. É interessante como escreve num português que não é tipicamente o que se usa no Brasil, fazendo uma espécie de ponte entre os dois países e universalizando a linguagem. (Ou seja, o poema podia ser de um poeta de Portugal.) O final também está particularmente bem conseguido. Abraço.

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