naquele dia de anoitecido
veio-me diante do meu adiante
e disse-me aquilo
que não me ouvi:
como?
se eu nem estava ali?
mas conforme se conformava o tempo
e eu me desmoronava atento
observei que a verdade também mentia
e como um arcanjo o aquilo (so)ria...
e meu nariz principiou a sangrar
aquilo que nem sangue havia
mas bebi com tanta sede a sangria
que a atmosfera carregou-se de nãos...
e daquilo que não cantava
pairava algo que eu não estava
e o aquilo sabendo
como quem despreza
quanto mais minha falta secava
mais o vento que sempre te leva...
e se virava como quem não era
prometia como quem me odiava
e tu me vinhas sempre crime e vinho
e aquela companhia
que era estar eu sozinho
trouxe-me um brilho que lunava a faca
e então tornei-me lâmina
e o aquilo ainda mais a fêmina
e vi que algo
(quando lhe cravei o punhal)
em meu olhar estava torto
e enquanto o aquilo se erguia
(r)indo
eu caía morto
Conto...
ResponderExcluir:)
O conto contado como se não fosse acabou sendo. Muito bom, Reiffer. Beijos!
ResponderExcluirÓtimo, poeta!
ResponderExcluirLi com os olhos grudados e vidrados na tela, como naqueles filmes de suspense bem elaborados. Belíssimo!
Beijo.