1) 1) Consuma o máximo que puder gastar ( e talvez até mais do que puder), mas dê a desculpa, para os outros e para si mesmo, que você tinha real necessidade em tudo que consumiu. Não esqueça de fingir ter consciência de que se deve evitar o consumismo;
2) 2) Tenha consciência ecológica. Apenas tenha, mas não faça para mudar, afinal, a culpa não é sua;
3) 3) Finja não ter preconceitos com absolutamente nada. Guarde o seu preconceito somente para você;
4) 4) Procure ser você mesmo, seja autêntico, desde que não difira dos outros. Seja diferente mantendo-se dentro do padrão ditado pela mídia e pela sociedade;
5) 5) Se você for homem, trate a mulher como um produto, um bem, um prazer, de acordo com a premissa: “Praia, verãozinho, cervejinha, mulherada...”;
6) 6) Se você for mulher, procure um homem somente pela segurança financeira e social que ele pode lhe oferecer, nunca esqueça que o importante é ser profundo. De bolso;
7) 7) Tenha coragem de assumir seus gostos. Aprecie as músicas e as literaturas da mais completa chinelagem;
8) 8) Mantenha objetivos grandiosos, do tipo: adquirir o carro do ano, obter o mais recente modelo de celulares, aguardar a balada, aparecer nas colunas dos jornais, ir para a praia no verão, enfim, você sabe;
9) 9) Finja que não acredita na mídia, mas no fundo somente se comporte como ela disser para você se comportar;
10 10) Pense o que todo mundo pensa. Mas nunca admita. Nem para você mesmo. Pensar originalmente é muito cansativo. E inútil;
11 11) Mantenha uma eterna felicidade. Não importa como, e por mais superficial que seja. Alto astral sempre. A moda é ser feliz;
12 12) Sorria;
13 13) Fuja de si mesmo. Encontrar-se é muito deprê. E dá muito trabalho refletir sobre a vida. Aliás, dá trabalho refletir sobre qualquer coisa. Não há tempo, lembre-se disso sempre;
14 14) Seja otimista, ainda que a casa caia ao seu redor. Sendo otimista e pensando positivo, não se precisa fazer mais nada;
15 15) O sentido da vida é viver. Você está vivo? Ótimo, então não precisa buscar sentido em mais nada. Até porque você não vai encontrar;
16 16) Cultue a aparência e o prazer como se não houvesse outra coisa. Mas lembre-se: mantenha a aparência de que você não cultua somente a aparência;
17 17) Preocupe-se com o planeta, com os direitos humanos, com as injustiças, com as desigualdades... Preocupe-se, porque está na moda.
18 18) Autoajude-se;
19 19) Considere como retrógrada qualquer coisa que tenha algo de complexo e/ou de profundo e/ou de sublime; Agora, quanto mais simples e mais rasteiro, melhor;
20 20) Não Sinta. Sentir é ser fraco e ridículo. Chorar então, nem pensar;
21 21) Ame. Mas somente até o carnaval.
Putz!
ResponderExcluirAlgumas parecem sob medida à minha mesquinharia =(
Essa sede se ter, é terrível!
Bjkas
se eu acreditasse nos 10 mandamentos, diria que esses são os 21 novos.
ResponderExcluirgostei do 12!
ResponderExcluirhehe que sarcasmo!
A moda é manter as aparências enquanto se apodrece por dentro. É, resumidamente, é bem isso aí mesmo que deve-se fazer. E não é que a gente mesmo não acaba se rendendo a algumas dessas 'regras'!?
ResponderExcluirMuito bom o post. Um ótimo restinho de semana.
Se fosse possível assassinar a língua portuguesa, eu com certeza seria o criminoso perfeito. Por favor Reiffer, exclua meu comentário. Esse passou da dose! rsrsrs Irei formatá-lo e postarei novamente.
ResponderExcluirPeço desculpas pelos erros e pela falta de incoerência.
Obrigado!
Nasci no século passado. Descobri ainda cedo que meu nome possuía muitos significados e que nenhum deles rimava com a árvore que ganhei de presente no quinto ano de minha vida. Entrei no século vinte e um convicto de que o mundo não ia acabar. E meu mundo acabou dois dias depois com o raio que partiu e triturou a jabuticabeira nativa que vivia há séculos (imaginava) no alto do morro dos Henriques. Nunca me esquecerei daquele fatídico dia. Pois daquele dia em diante o meu século novo deveria ter a amplidão dos poetas, das mudanças e do entendimento de que nada é para sempre. Hoje, lendo como ser alguém no século vinte e um, percebo que não me adaptei totalmente a realidade dos dias atuais. Não totalmente porque a lição número doze é minha marca registrada. Não consigo deixar de sorrir, mesmo depois que um raio tenha destruído a jabuticabeira de minha infância.
ResponderExcluirExcelen, Reiffer!
ResponderExcluirVou tentar. Sou muito transparente, preciso me ocultar mais.
Beijos
Mirze
Perfeito! Sábias dicas e palavras. Conseguiu ter um pouco de poesia, mesmo com a mais dura realidade. Parabéns!
ResponderExcluirUm dos melhores posts seus! Ironia e sarcasmo na medida da realidade deste século.Gostei demais!
ResponderExcluirSuper motivadora essas suas palavras,rs, na minha opinião a melhor foi essa: "O sentido da vida é viver. Você está vivo? Ótimo, então não precisa buscar sentido em mais nada. Até porque você não vai encontrar."
ResponderExcluirbj. ana karoline
Em tese concordo com todos os itens e acrescento: a futilidade está tão grande que a relação é apenas exemplificativa. Muitas outras caberiam.
ResponderExcluirDiscordo apenas no quesito relativo às praias. Entendo que v. deva referir-se àquela manezada que entende ser a praia local para beberagem, foguetagem, som alto e brega, lixo pelas ruas, pelas praias, enfim, todas aquelas coisas que estamos acostumados a presenciar.
Para mim, é um local de prazer e bem estar. Passo boa parte do ano no litoral em companhia de livros, boa música e bons filmes. Evito por lá permanecer nos dias de maior movimento, em feriadões, finais-de-ano, carnavais. A serra, neste caso é mais indicada.
Para mim praia não é sinônimo de sol, areia e badalação. Ao contrário. É curtir o silêncio, minhas árvores, os pássaros livres e a brisa. Ahh, a brisa. Esta é indispensável! Entendo que a melhor época para aproveitar o mar é no inverno. Ou na primavera, outono. Nunca no verão. As aparências não importam, embora entenda que pagando-se o olho da cara por uma hospedagem de 10 dias, as pessoas queiram aproveitar cada minuto de cada dia.
Nesta onda, perde a natureza. Polue-se à rodo e à granel.
Muito bom esse texto! Ironia crítica na medida certa!
ResponderExcluirE, infelizmente, é isso aí, mesmo...
Abraço!
Muito bom esse texto! Ironia crítica na medida certa!
ResponderExcluirAbraço!