22 dezembro 2011

Morreste

morreste
e já não sabes
que não és o que foste
e talvez nem foste
aquilo que em ti te morreste
deixaste acabar-te os olhares
e quando olhaste ao acima
já te estavas abaixo
do palmo a palmo do sonho enterrado

morreste
e por morreres pensas que vives
te corroeste em tudo que é alto
te contentaste em varrer o teu pó
deixaste escorrer os teus astros
desbotaste todas tuas noites
naufragaste pelos teus castelos
e defecaste sobre teus lagos

e foi enquanto sorrias
por entre certezas suínas
lama no céu da tua boca
açúcar dentro em teu vômito

morreste
e agora já é tarde:
lá um sol  que não bate
queima um peito
que não arde

3 comentários:

  1. Saudações !

    Venho paranebizá-lo pelo
    brilhante e belo trabalho que
    fazem por aqui ...
    MAGNÍFICO!

    Sou um iniciante neste ramo
    Adorei descobrir este espaço!
    estou o seguindo!

    meu nome é DELLONE

    @SilenceShadows

    Adoraria receber vossa visita em
    meu espaço--> silenceshadows.blogspot.com
    Será muito bem vindo!
    e será um prazer manter contato!

    Até breve!

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  2. Denso,forte, um dedo apontado para o caos que restou depois da humanidade; Ao mesmo tempo, um riso de escárnio... para a desolação da humanidade pelo que ela fez restar de si...


    Muito bom, Reiffer!
    Não sei se a humanidade merece a arte.

    Parabéns,Poeta do Fim...

    beijo pra vc.

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  3. Como sempre, mais um poema de grande intensidade, um tapa na cara de muita gente. Excelente!

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