construí meu verso sobre o sangue
derramado duro na nua terra aberta
coagulado sangue seco pelo pó da enxada
que deserticamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
de água morta em rio derramado humano
sangue viscoso-negro entre a beira acabada
que poluidamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
de seiva-lágrima em derramada queda
esverdeado sangue de vastidão tombada
que devastadamente escorre...
construí meu verso sobre o sangue
do guará atropelado pelo horizonte
sangue vivo-lago derramado das estradas
que extintamente escorre...
meu verso é só um castelo de nada
construído nos ares de tudo que morre...
Que poema maravilhoso.
ResponderExcluirVc escreve maravilhosamente bem. Bjos
Um poema pungente como um punhal enterrado no peito.
ResponderExcluirEsse final foi arrasador.
Arrasou, Reiffer!
ResponderExcluir"meu verso é só um castelo de nadaconstruído nos ares de tudo que morre..."
Um poema feito na pele da verdade!
Beijos
Mirze
Enquanto o sangue escorre dos teus versos, eu me deleito em tuas palavras. Talvez esse de alguma forma seja um sangue bento.
ResponderExcluirVoltei com o blog. bjs