05 fevereiro 2011

em Minha Amada de Amada

parar de pensar
e não dizer nada com nada
nenhuma alguma a ser entendida
ou entediada

sono o vasto do campo
em minha amada de amada
o campo é o campo
e não se precisa explicá-lo
sente-se mais a dor
do que o significado do calo

por isso é que não me calo
quando ao nada me resta há falar
o que vale é que ao vale a cavalo
e além do que penso
(por isso é que não me canso)
o universo é mais denso
quanto te perco meu senso
entre o incenso e o luar
(a isso é que vago te danço)

versar é no Nada cavá-lo
não quero de verbos modernos
desses de deletar
quero o que se grave e antiga
em todas as eras
e tu que me esperas
nos parassempres do ar...

amar é sempre ter ido:
ser poeta é não fazer sentido

10 comentários:

  1. Ser poeta é não fazer sentido...
    Uma das coisas mais significativas e verdadeiras que já li. Guardei em meu caderninho.
    Lindo demais
    Bjos achocolatados

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  2. Obrigado por seguir a minha página, espero que a publicação dos seus poemas seja com muitos espectadores.


    Merci,

    Tristan.

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  3. Eu ja comentei contigo que teus poemas são como um tapa na cara, tras pra realidade.

    Vc é muito bom

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  4. Lindo, REIFFER!

    "Amar é sempre ter ido"

    Lindo demais todo o poema!

    Abração, poeta!

    Mirze

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  5. Poeta

    Como sempre fascinação.

    amar é sempre ter ido:
    ser poeta é não fazer sentido
    Uma verdade que os poetas entendem bem, fez-me lembrar este pequeno texto de Florbela Espanca:

    O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

    um beijo
    Sonhadora

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  6. poema incensado de uma ausência cultivada. Drumond falou na falta:

    "por muito tempo achei que a ausência é falta
    E lastimava, ignorante, a falta.
    Hoje não a lastimo.
    Não há falta na ausência.
    A ausência é um estar em mim.
    E sinto-a branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
    que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada,
    ninguém a rouba mais de mim..."
    abraços!

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  7. ...nos parassempres do ar...
    Coisa mais linda, Reiffer!
    Puro encantamento o seu poema!
    Mais que demais...
    Abraço apertado da
    Zélia

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  8. Parabéns pelo blog e pelos livros.
    Obrigada pela visita.

    Veja o outro blog:

    www.espartilhodeeme.blogspot.com

    Maria Maria

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  9. Excelente! Ler vc é sempre intrigante e faz o tempo voar.

    Abraço!

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