14 janeiro 2011

Poema Catastrófico nº5 – Sem Saída*

não tenho culpa
se sou um
morro
e minha
água
lava
e leva
e mata
a leva
dos que levaram
a minha
mata

um dia fui só
mata-atlântica
e alegria de araras
hoje sou só
chuva-cáustica
e maresias amaras

há muito tempo
aqui estou
sem saída
e para lado algum
eu corro...

os humanos
sem saída
correm
e morrem
vindo até mim
e eu
deslizando ao fim
morro...

*Poema para a maior catástrofe climática da história brasileira, que deixou mais de 500 mortos, vítimas dos deslizamentos de terra provocados pelas enchentes na região serrana do Rio de Janeiro.

16 comentários:

  1. Vc consegue espremer beleza até das coisas mais feias...

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  2. Faço minhas as palavras da Vampira.

    De fato, vc conseguiu fazer um belíssimo poema de um momento historicamente horrível.

    Não há como explicar a tristeza que paira hoje sobre o Brasil...

    Beijos :(

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  3. Penso que os poetas conseguem "espremer beleza" (Vampira Dea)mais na dor que na alegria.

    Seus versos, como sempre, chegando até mais fundo.

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  4. Reiffer
    taí o grande veio, a essência de tua poética.
    Poema extraordinário!

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  5. Concordo com a Vampira Dea.
    E infelizmente tudo isso que está acontecendo é o reflexo de como os homens tratam sua natureza, o meio-ambiente, enfim a nossa moradia.
    Parabéns! Bjsss

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  6. É lamentável tudo isso...É também previsível!Cuidar da nossa casa parece ser a mais difícil das tarefas...

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  7. Com muita inteligência e sensibilidade construíste uma obra prima, parabéns!

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  8. Poesia sintética repleta de significado. Gostei bastante.
    Abraços literários!

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  9. Tão triste que aconteçam coisas assim nesse pais, por descuido que você retratou muito bem em seu poema.
    beijos

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  10. É realmente uma pena o que o dinheiro faz com o ser humano!
    Tudo isso poderia ser prevenido se as autoridades fizessem seu papel.
    Belo poema, apesar do fato.

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  11. Fácil seria se os poemas surgissem apenas das borboletas o do azul do céu. Lindo, adorei!
    Beijo, querido amigo =)

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  12. oi Reiffer!!!!
    ótimo poema ao trágico...
    a Natureza é júri, juiz, réu... e Deus!

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  13. E viva a diferença...Cada um, à sua maneira contrói os seus significados sobre a vida e a morte...Também amei teu espaço. E te espero de novo.

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  14. Lamento da natureza frente a estupidez humana.
    Um bj querido amigo.

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  15. REIFFER!

    Fazer-se rio e deitar aqui este poema comove até os menos sensíveis.

    Cheguei a sentir os olhos marejarem.

    Parabéns, poeta!

    Erga seu grito!

    Beijos

    Mirze

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  16. "Espremeu beleza" com muito talento... Lindo poema, como sempre.
    Parabéns

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