11 dezembro 2010

Poema Catastrófico n°4 – Morrer de Rir*

enquanto
os sinos do natal latejam
eu Rio dos Sinos
na minha propriedade
privada...

eu não passo de um peixe
esgotado...

com a minha boca-aberta
me esqueça
me deixe...

de tanto rir
fiquei sem ar
e o sino a soar
a asma do meu sarcasmo

o mundo
é mesmo um quadro deBosch...
e os homens
são superiores de fato:
enquanto eu só rio
eles merditam
ao ondular dos sinos
pra lá e pra cá:
mar de
mer da
mar de
mer da
mar de
mer da...

* Poema ao novo desastre no Rio dos Sinos, no RS, onde uma quantidade absurda de esgoto jogado em suas águas causou a morte de várias toneladas de peixes, durante a piracema. O volume de esgoto despejado no Rio dos Sinos foi tão imenso que atingiu outros rios, como o Guaíba, em Porto Alegre.

7 comentários:

  1. Achei super importante, o seu registro diante do acontecido.

    "eu não passo de um peixe
    esgotado..."

    Lindas e fortes palavras.
    Se eu já te seguia por aqui, agora sigo também pelo twitter.

    Grande abraço!

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  2. Forte e imprescindível, como sempre.
    Ler-te já é o meu vício.
    Um bj querido amigo

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  3. meu querido

    Agora eu digo: HUMANIDADE PARA ONDE NOS LEVAS?
    Como sempre profundo...um poema que FALA.

    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  4. Esses fatos que poucos sabem por não serem divulgados pela imprensa, me deixa enlouquecida.

    Tens razão, Reiffer. A humanidade se auto destrói lentamente à olhos vistos.

    E ninguém parece se importar.

    Excelente!

    Beijos

    Mirze

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  5. Um poema um tanto intrigante, pelo uso e jogo com as palavras.

    Parabéns!

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  6. O homem acha que destrói o seu redor, mas é a ele mesmo que se destrói.

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