17 fevereiro 2009

Soneto Inominado

mas para que dizer que quer que seja
se o nada ou nada adiantará de nada?
deixai cantar pela desgraça inflada
deixai morrer o que de mim deseja...

se queres vida em meu horror me beija
tragédia ao fim de sinfonia alada
em voo e fúria além de um mar de espada
na violência em que tua boca arqueja:

um furacão se ergue em perdões de treva
de grito e febre em tempestuais levantes
a longos fins um vento astral me leva...

buraco-negro me incendiou de Dantes
esquece tudo que te aclara e reza
no lábio em sangue por fatais adiantes...

2 comentários:

  1. Bah, Alessandro, dos melhores mesmo!

    Tem uma coisa que tenho notado nos teus últimos poemas, e que eu tenho achado muito massa:

    Esse soneto, por exemplo, refletiu bem tuas idéias, mas pela emoção das palavras, não pelo significado delas...

    Imagino que isso sim é que é poesia na essência da arte!!!

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