de um mundo sem representantes
isto é, não sou nada
porque meu mundo nem é mais
nem eu na verdade existo
sou na verdade um misto
entre o que foi
e o que há-de morrer
ninguém nunca me viu
sou tão nada
que nem O quem me enviou
se é que existiu.
tu que me olhas
nem sabe o que é que vê.
sou algo tão antigo
que no meu tempo
nem havia fé.
tudo o que faço
já morreu
isso que de mim me veem
nem sou eu.
nem sei se sou o enviado
de um reino extinto
que para manter a verdade
minto.
sou o último da minha estirpe
e isso é certo.
só o que sobrou
foi o massacre do meu coração
que a deixar seu rastro de sangue
se mantém aberto.
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