25 abril 2021

Poema para o Conto A Máscara da Morte Rubra de E.A.Poe

o pulso não para de pulsar
(nem aqui dentro nem lá fora)
como os pêsames dos pulsares
das galáxias distantes
que vivem luzem morrem
em todos os pânicos instantes

além da nossa dança pelo cosmos
há uma outra contradança
que não cessa não descansa
e nos alarma em hora em hora:
se pulsa o baile aqui dentro
há outro baile que sangra lá fora

o passo a passo pesa aos poucos
e deixa um aviso na vida pregado
pelas portas alegres de todos bailados
com olhares morteiros profundos 
que a noite em vertigem vigia
de segundo a segundo

pulsares de relógio é o que resta
quando se houve de tirar a máscara
no enfim da festa.

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