07 dezembro 2020

Não me confundam com o que escrevo

minha poesia  não dá concessões
não suaviza não ouve opiniões
minha poesia é como um basta
que não agrada não dá o braço
não busca a paz (não mais)
não se retrata não retrocede
não se arrepende
não volta atrás
não dá ouvidos
radicaliza definitiva
poucos sorrisos
quando ironiza.

minha poesia está cansada
já não perdoa não alivia.
minha poesia
é de tristeza
dilacerada
angústia extrema
é de um luto
absoluto
quase divino.
é só um aviso
que não dá chances
não acredita
e faz miséria
e mau poema.

nem sente pena.

é a minha poesia
não sou eu 
não é o que eu sou.
mas ela fica
e eu logo me vou.

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