04 novembro 2020

Não ter que dizer nada

aquilo que não. que não o quê?
que não tudo.
desde o lá ao agora que não está
ao que seja como sendo
o longínquo de um algo de dentro
o que nunca em nenhum momento
sonho que sona o meu real
o outro lado do que não o outro
além-me-ar estando aqui
pela sanga do teu quintal
flor que cheirou o meu gesto
sem tocar a minha mão
fuga drogada de um verso
ao voo do que não me fui
em estares de imaginação
o  mas do que me distância
e longos pelos teus anelos
olhos  no éter sem sê-los
que terminam em um nada
e começam em um fim
e ainda tem o outro lado
que é aquilo que sim.

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