quando morreste
não que tiveste morrido
mas nem soubeste
o que houveste de vivo
ou que nem és o que foste
ou nunca foste o que em ti morreste:
não tiveste sede e cedeste
acabou-te os olhos
bem antes de olhar acima
e foi de palmo a palmo
o sonho enterrado
(como sempre) errado
agora (con)tentaste
em varrer o teu pó
(so)correm-te astros mortos
pelas estéreis sobrancelhas
e vomitaste nas mesas
entre mingaus e certezas
as (des)entranhas vermelhas
e roxas
e sorrias como quem acha que sente
deixando à mostra
pelo véu da boca
uma pérola de ostra
e um (re)pasto de lama
e nem há arte
que possa falar-te
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