gritos de gatos nas almas da rua
e pelas noites meus olhos furados
restos de veias por todos os lados
rastros de sangue daqui até a lua
denso de cosmos nos ares flutua
quartetos de Brahms se erguem pesados
Johann Goethe traz em faustos meu fado
vejo sonatas de Schubert nuas
cravado meu coração nas tormentas
e todos meus nadas num vendaval
em que se fúriam misérias sedentas
do Último Tempo me alarda um sinal
de uma história de Poe das mais violentas
em que o Sentimento é sempre fatal
(Na imagem, um dos muitos tigres de Delacroix.)
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