as pessoas não acreditam
no que creem como certo
acreditam no que precisam acreditar:
se é certo ou não
não há real interessamento
acreditam no prolongamento do que são
ou do que julgam como sendo:
acreditar é tentar ser
sendo-se ou não
e quase sempre não se é nada
ou se é em vão
tanto é
que se pode acreditar
em coisa qualquer
no que se quiser:
em paradoxos e contraditórios
em mudanças e inconstâncias
e tudo é válido e tudo pode
desde o fanático científico
o ridículo político
o enfático por bodes
de modo que acreditar
não é saber ou achar que se sabe:
é só a necessidade de se sentir alguém
um algo ou coisa ou sombra ou nada existente...
tanto que nem consigo
acreditar em gente
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