construí meu verso sobre o sangue
era tudo que me restava
derramado duro pela terra aberta
coagulado seco pelo pó da enxada
que deserticamente escorre
construí meu verso sobre o sangue
era uma força que me obrigava
de água morta derramada escura
sangue visco-negro pela areia
que poluidamente escorre
construí meu verso sobre o sangue
era um destino que me amaldiçoava
de seiva-lágrima em derramada queda
verde sangue de imensidão tombada
que devastadamente escorre
construí meu verso sobre o sangue
era todo um cosmos que me massacrava
do guará atropelado ao horizonte
sangue vivo-lago derramado das estradas
que extintamente escorre
construí meu verso sobre o sangue
era o meu sangue o que continuava...
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