08 junho 2017

Soneto de um Último Século

vasta contemplação do fim do humano 
surgiu-me entre beijos de horror e caos
sangue felídeo daqui até o Laos
lábios de som em desastre oceano

teu rosto não-visto em réquiem brahmiano 

nunca acabou de acabar-me ao final 
teu olho ainda sinto entre um temporal 
e entre estes céus de vermelho romano 

agora é tarde o distante do cedo

ergueu-se o fim e sonhei-te perplexo
violino e piano entre pânico e medo 

mas em tuas mãos havia um reflexo 

em teu cabelo ocultava um segredo: 
o de que a morte é o mistério do sexo


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