21 maio 2016

Humanidade Nenhuma*

irreconheço-te que me desconheço:
digo a ti que (não) me lês
que nem eu a ti te falo
nem tu a mim me vês

somos todos outros nadas
uns para os outros todos

de modo
que nem existe do humano todo nenhum
porque nenhum homem sabe o que é
nem se o é um homem
nem sabe porque faz aquilo que faz
se é que se faz o que nem foi feito
e nem vive qualquer vida nenhuma

e se chega à conclusão absurda
que nem pode a humanidade acabar
porque nem existe humanidade alguma


*Poema reelaborado e republicado

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