25 abril 2016

Al Pacino e Oscar Wilde: Wilde Salomé

Hoje, um dos maiores atores de todos os tempos, e o meu preferido, Alfredo James Pacino, ou Al Pacino, completa 76 anos. Mas não é por ser seu aniversário que escrevo este texto. É simplesmente porque há alguns dias assisti ao sensacional Wilde Salomé: uma espécie de filme/documentário/teatro, dirigido e escrito pelo próprio Al Pacino (onde o ator interpreta o rei Herodes), e baseado na peça teatral Salomé, do célebre poeta e escritor inglês Oscar Wilde. Claro que aproveito a data de aniversário do ator para realizar a postagem.

Al Pacino já dirigiu alguns filmes, todos eles de caráter alternativo, muito longe dos padrões sensacionalistas hollywoodianos, e sempre influenciados pela Literatura. Foi o caso, por exemplo, do filme Ricardo III - Um Ensaio, de 1996, baseado na obra de Shakespeare, e é o caso, mais recentemente, de Wilde Salomé, de 2011. O filme é, simplesmente, uma aula de cinema, literatura e teatro, não se detendo somente ao enredo da peça escrita por Oscar Wilde, mas também realizando uma análise da obra e da vida do escritor inglês, ao mesmo tempo em que tece considerações críticas sobre o teatro e o cinema contemporâneos. 

Os personagens de Wilde Salomé são analisadas a fundo, trazendo reflexões acerca de seu comportamento psicológico. A história, a genialidade e as dificuldades da vida de Oscar Wilde também são abordadas, principalmente a sua coragem em trabalhar e desmascarar temas considerados tabus pela conservadora e hipócrita sociedade inglesa de finais do século XIX. Seu homossexualismo e sua prisão (devido à própria homossexualidade) são alguns dos assuntos explorados pelo filme de Al Pacino. 

Percebe-se, então, que pessoas como Oscar Wilde, não apenas por ser homossexual, mas, e até mais, por ter a ousadia de tirar o véu de hipócritas, continuariam a ser odiadas pela nossa sociedade pós-moderna. Ainda mais aqui no Brasil, com os dias de "Bolsonarismo" em que estamos vivendo.

"A forma de governo mais adequada ao artista é a ausência de governo. Autoridade sobre ele e sua arte é algo de ridículo."  Oscar Wilde. 




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