pela rua em ruínas
réstias de rancores de postes
sobre os rabos dos ratos
de rápidas proles
e um rastro
de ricas fumaças de matos
pelo relevo em lama
um jaguara rengo
roendo
faz meu peito de cama
e uma ratazana roída
rengueando
faz meu dedo de cana
sob garoa rala
derrama
um raio roto de lua
sobre a água da vala
e a rã ronda em rondó
e o rouco riso do abutre
em seu hórrido refrão:
estou só
o ronco branco da queda do pó
das ruínas de um arranha-céu
e a aranha arrancada da toca
que toca e arranha
o humano que é réu
rasgam e rolam baratas
correndo pelos catarros
remando pelos esgotos
e se arrasta raquítico um gato
de quem arrancaram seu rosto
e o resto da razão roubada
que era errada
na reza do ruído do sangue
o horror daquela rainha
que arruinou a rua
que era tua
se fosse minha
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