Eu confesso que não passo de um mísero,
admito a maldade e o eu egoístico,
sou um errático consciente do abísmico
e sei deste horror que assola meu ímpeto.
Qual humano se escancara de hipócrita?
qual ser medíocre é que arranca sua máscara?
eu, que atinjo essa indiferença máxima
sei que me sangra essa inútil carótida.
Da humana raça me afirmo inimigo:
sobe-me à goela um reflúxico grito
sobe-me à goela um reflúxico grito
e fervem-me ânsias nos brônquios do peito...
Há cuspe em todas as letras que digo
e mais vícios nos meus olhos malditos
do que erros pela minha obra mal-feita.
*Poema reelaborado e republicado.
E ao final de todas as nossas certezas - a nosso respeito ou a respeito dos outros, paira a pendurada etiqueta: "Será?"
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