Não recordo de nenhuma outra sequência de anos com tempestades tão severas como as que têm afligido o RS a partir de 2011. Nestes últimos cinco anos, não tivemos um só, principalmente no período da primavera, que não trouxesse destruição em massa, perdas materiais e humanas cada vez mais alarmantes, medo e até pânico na população gaúcha. Chuvas de granizo beirando o absurdo, vendavais avassaladores (às vezes ciclones e tornados), chuvas torrenciais quebrando recordes, enchentes constantes, erosões de áreas cada vez maiores, e, no polo oposto de tudo isso, períodos extremamente prolongados de impiedosas estiagens.
Claro que nossa região, o Sul do Brasil, é historicamente propícia a eventos de temporais e tormentas. Elas sempre ocorreram por aqui, e algumas marcaram época. Mas a questão agora é a frequência e intensidade: cada vez mais frequentes, cada vez mais intensas, cada vez mais generalizadas. Eu não tenho dúvidas de que o clima não é mais o mesmo. Nosso planeta está dando sinais claros de que algo está errado, cada vez mais errado. Obviamente, a intensificação das catástrofes naturais não ocorre somente no RS. A ONU alertou em 2008 que o índice global de desastres ambientais vem crescendo constantemente. No Brasil, segundo o CENAD (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) a ocorrência de desastres naturais aumentou em 268% no século XXI. Um índice, no mínimo, assustador.
As mudanças climáticas não são uma projeção de pessimistas. É a realidade que vivemos. E que estamos todos sentindo na pele. E muito provavelmente (para não dizer certamente), sentiremos cada vez mais.
(A foto acima é da cidade gaúcha de Santa Maria, e foi tirada por Guilherme Escosteguy.)
Pois é. Não sei se você já esteve em Petrópolis alguma vez, mas aqui costumava ser um lugar muito conhecido pelo clima ameno e qualidade da água. Berço da cerveja Bohêmia, a estrada que liga Petrópolis ao Rio, a boa e velha BR 040, era cheia de pequenas cascatas e nascentes de água. Passando por lá há alguns dias, vi tudo seco, totalmente seco. As pessoas qui estão sem água - eu inclusive, economizando para não acabar de secar o restinho que sobrou da mina, e uma porção de gente na mesma situação.
ResponderExcluirNunca vi isso acontecer por aqui! Não chove há meses, e quando chove, é pouco demais, insuficiente para encher as minas. Meu gramado secou, morreu. Resta uns tufos de grama amarronzados no meio de uma terra poeirenta e seca. Nada cresce. Jamais pensei que Petrópolis, a terra da água boa, pudesse um dia chegar a esta situação.
O mais curioso é que ainda tem gente que não acredita que há algo errado acontecendo, e que essas mudanças são sazonais. Tenho 50 anos vividos aqui, e nunca vi nada assim.
Vamos ver no que vai dar.