14 junho 2015

O trabalho, para a maioria, é uma dádiva. Impede de pensar.


Abaixo, mais 5 motivos de por que sou fã do Velho Safado, o grande Bukowski, na minha opinião, o maior nome do Pós-modernismo norte-americano e um dos maiores de toda a contemporaneidade. Com Bukowski, não havia meias palavras. Ele dizia o que queira, e sabia o que dizer. Todos os trechos foram retirados do livro "Pedaços de um Caderno Manchado de Vinho". 



1 - Se os ricos são nossa raça superior, quero abandoná-la agora mesmo.  Já vi as caveiras dos mortos, cabeças de porcas devorando maçãs podres que são menos feias.(...)
Teria de caminhar pelas ruas de homens mortos que se moviam e falavam e tinham nomes e orgulho e posses mas que na verdade já estavam mortos.

2 -  Nossos líderes de Estado foram necessariamente vis, homens estreitos e estúpidos... porque para liderar a massa de mortos, os nossos chamados líderes tiveram que usar palavras mortas e pregar de um jeito morto.

3 - É preciso dinheiro para combater os truques da injustiça e o estado mental dos nossos juízes e membros do júri. Você pode dizer a um advogado o que está pensando, mas ele deve renivelar o seu pensamento de modo a adequá-lo aos procedimentos das leis mortas, escritas pelos mortos e protegidas por homens mortos.

4 - Está cada vez mais claro que o primeiro impulso da Medicina é ganhar dinheiro. O segundo? Torturar o paciente, matá-lo, sempre que possível. Se um paciente morre, há outra cama vazia e mais uma oportunidade de lucrar.

5 - O efeito imbecilizante de se trabalhar de 40 a 48 horas por semana em algo que não se gosta. Quando um homem trabalha no mesmo emprego durante muitos anos, não é dono do seu tempo. Mesmo com uma jornada de 8h, o dia está tomado. Some o tempo que leva para ir e voltar do trabalho, mais o trabalho em si, mais comer, dormir, tomar banho, comprar roupas, carro, pneu, bateria, pagar os impostos, copular, receber visitas, ficar doente, sofrer acidentes, ter insônia, ter que se preocupar com a roupa suja e com assaltos e com as condições climáticas e com todo o resto que não dá para mencionar, não sobra TEMPO ALGUM para se gastar consigo mesmo.(...)

Alguém disse: “o homem comum vive uma vida de silencioso desespero”...  Mas o trabalho também “acalma” os homens, dá a eles alguma coisa para “fazer”. Impede a maioria deles de pensar. Homem e mulheres não gostam de pensar. Para eles o trabalho é uma dádiva. Dizem a eles o que fazer, como fazer e quando fazer. São mortos-vivos.

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