19 abril 2015

do Quando Morreste

quando morreste
(não que tiveste morrido)
nem soubeste
o que houveste vivo
ou que não és o que foste
e talvez nem foste
o que em ti te morreste:
tiveste sede
e sedeste

acabou-te o olhar
no antes do acima
(per)deste-lo abaixo
aos cachos em palmo
a palmo
do sonho enterrado
errado

agora
(con)tentaste
em varrer o teu pó
(es)correm-te astros
pelo (v)entre das coxas
e vomitaste nas mesas
em polentas certezas
as entranhas já roxas

e sorrias
como quem ainda ama
deixando à mostra
pelo céu da boca
uma pérola de ostra
e um (re)pasto de lama

e nem há arte
a falar-te

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