11 fevereiro 2015

Aos Deslumbrados (ou O Puma)*

ter-se cuidado
com a sede de vida:
a sede da alma
maior ainda

impossível saciar ambas
pelas cordas bambas:
estrada é fio de navalha
e até mesmo há perigo
em comer pêssego
e soltar o caroço
dentro do poço

nem tudo é eu posso:
às vezes fica tarde
e noutras, tempestade
ou sol de seca

nem sempre há boa colheita
e a vida não é soprar
e fazer espuma:
atrás da mata com flores
se oculta o silêncio
do bote do puma

*Poema reelaborado e republicado.

Um comentário:

  1. Prezado Al,
    Eu estava um pouco afastado da poesia e há algum tempo não escrevia no meu blog, daí que só fui ver o teu comentário acerca daquela questão do Oracy somente agora.
    Explicando, eu só fui ver que tudo datava de 2009 depois que escrevi e postei o comentário, mas aí já tinha feito e, por isto, não me dei conta de que a ocasião passara e a oportunidade não era mais adequada.
    Mas acho que a minha falta de atenção foi boa e proporcionou que nos conheçamos, ainda que virtualmente, e possamos interagir como poetas, o que sempre será positivo.
    Serei, certamente, um frequentador do teu blog pelo gosto que tenho pela poesia e pelos que têm no sangue a arte de poetar. Assim como por outras postagens cujo interesse e importância são inequívocos.
    Obrigado pelo contato e um grande abraço...

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