30 abril 2014

Ao Nada

aquilo que não
que não o quê?
que não tudo
desde o lá ao agora
que não está
aquilo que ser
sem que seja como sendo
o longínquo de um algo de dentro
o que nunca em nunca momento
sonho que sonha o meu real
o outro lado do que não o outro
além-me-ar estando aqui
pelo sono do teu quintal

flor que cheirou o meu gesto
sem tocar a minha mão
fuga invisível de um verso
ao voo do que não me fui
em estares de imaginação
o  mas do que me distância
e longos pelos teus cabelos
olhos  no éter sem sê-los
que terminam em um nada
e começam em um fim...

e tem também o outro lado
que é aquilo que sim

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