16 fevereiro 2014

Soneto à Vitória do Caos



não, agora que soam tempos outros
eu falarei como te sendo o ausente
ou um nada que nem sequer se sente
um vazio pelas mentes dos doutos

pesteado bicho pelos campos solto
pingo de sangue na vagina quente
a poeira de um meteoro incidente
um palavrão na boca de um louco

serás o assalto de uma velha astuta
gosto insentido de cianureto
os pedaços de carniça em disputa

a navalha que num fígado eu meto
saliva morna de um beijo de puta
e a tua presença entre meu soneto

(Na imagem, "O Julgamento Final", de Hieronymus Bosch).

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