03 julho 2013

que se nubla como sangue...

nada me diz
o que não sei-me
que não fiz?
aquilo que não era
em que era
em fim será?

o que vejo
quando me sinto?
há imagem
no som
do não estar?
e o que há de meu
no íntimo
de tudo que é indistinto?

aquilo que sendo
me entardece
nuvens crepusculam tardes
aves que auroram campos
pelo inverso
solar do sono

sou eu
que tardo no que sinto
ou é o campo
que se nubla como sangue
seco e tinto?

noite que te atrás
entre a eternidade
da dúvida
o que é que tu me trazes
enquanto trago a chuva...?
e que olho de horizonte
me olha desde o ontem
entre o que vento
e o que silência
do ruir do monte?

que seja...
o que não sou
está sendo no que fiz
o que não fiz
está feito no que sou

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