Comemoro hoje os 180 anos do meu compositor favorito, o mestre Johannes Brahms. Minha indigna homenagem está na forma do soneto abaixo, que escrevi há três anos, quando do 113º aniversário de falecimento do gênio de Hamburgo. Porém, agora reelaborei grande parte do soneto e creio que ficou mais bem acabado e mais amadurecido. Ok, tudo bem, o aniversário agora não é de falecimento, mas de nascimento. E daí? Brahms nunca morre.
Soneto à Hora da Morte de
Brahms
Segundo frau Tuxta, Brahms chorou
de tristeza à hora da sua morte, o motivo não lhe pôde dizer: “Quando vi que as
suas tentativas eram inúteis, vi que grandes lágrimas começaram a cair dos seus
olhos e a rolar pelo seu rosto abatido. Fitou-me com tristeza, deixou-se cair e
expirou”.
tensas e trágicas lágrimas tuas
furiando em ondas à força e a peso
ressoos de angústia infinito e desejo
cantos-horrores amores e ruas...
invernos e febre em lágrimas duas
violinos rompendo em cosmos
acesos
sangram eternos terríveis arpejos
e um céu em silêncio às claras já
nuas...
um denso pesar voou ao fatal...
o que é isso em ti que insano me
abrigo?
que é este sonho que me arma um
sinal?
lágrima lenta que lento eu te
sigo
morre o sentido degrau a degrau
mas toda minha alma nasce
contigo...
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