30 abril 2012

Nada a (me) Declarar

o que há
no jornal de hoje que leio
( já ido
de mais um dia vazio e feio)
é o nada de amanhã
inútil fato fatídico:
o que é já foi
e o que vem
já nasce sendo passado...
e nada restará do meu lado


tu, humanidade do agora
(já quase um avantesma)
que observo
(como quem vê passar uma lesma)
vais me dizer o quê? 
da filosofia uma oferta?
(cadáveres de boca-aberta)
esperanças de ilusões aladas? 
(ridículos finais de piadas)
ou políticas das altas esferas?
(têm mais a me dizer as cadelas)


lá vaga o teu nada
(-adiantar)
nadando na baba
dos sapos dos sábios...
e o que eu farei
com tanta risada
derramada
dos lábios?


aqui neste planeta exangue
(tu bem o sabes)
o que importa é o Sangue...  

2 comentários:

  1. E como nos diz o título daquele livro: espreme que sai sangue... Belíssimo seu texto!

    ResponderExcluir
  2. Belíssimo... e terrível, adorei a intensidade e a sinceridade poética. Bjo

    ResponderExcluir