há que cuidado
com a sede de vida
que o que na sede da alma
tem sede há maior medida
sede cauteloso:
não se pode saciar ambas
pelas cordas bambas
como quem come um pêssego
e solta o caroço
pelo não do poço...
nem tudo é eu posso:
às vezes fica tarde
e noutras – tempestade
e pode (m)olhar granizo ou seca
sobre o jardim...
nem tudo é simples assim:
é belo colher a tulipa
derramar suas pétalas
e se fitar a verde trilha
como se tudo fosse
magnífica maravilha...
mas a vida não é só soprar
e fazer espuma:
por trás do arbusto
da alegria das flores
se oculta o silêncio
do bote do puma...
Obrigada pela visita.
ResponderExcluirBelíssimos poemas, acabei me "perdendo" entre textos e poemas.
Adorei!.
Vou ficando.
Beijos e um agradável final de semana pra ti.
"mas a vida não é só soprar
ResponderExcluire fazer espuma"
adorei.
Sempre tive predileção pelos seres ocultos e aqueles cuja natureza mereçam cuidado. Mas nunca cheguei a tal ponto de invadir conscientemente o espaço natural desses seres. Cascavéis, escorpiões, onças, aranhas e vaca brava recém parida, cada coisa a seu modo e em seu devido suposto lugar. E isso serve ao ser humano, mas esse, em especial me causa mais admiração. Dentre tantas as mazelas e misérias que são capazes de fazer e proporcionar, eu ainda os admiro. Quem sabe por detrás a moita, o puma da inconsequência sorva de nós o bem mais precioso, assim como Pandora abrindo a caixa. Talvez sempre foi assim, desde o dia em que o primeiro dos primeiros desceu da árvore e arranhou o céu, com seus arranha-céus.
ResponderExcluirSua poesia é impulso ao pensamento. Não há como não gostar!
Reiffer, sempre há pantera e bote.
ResponderExcluirOutro forte poema
Bjão, poeta
Invejo quem vê a vida assim, como se fosse magnífica maravilha. Sempre verei as flores, mas não vou me esquecer do puma.
ResponderExcluirLindo, Reiffer.
"não se pode saciar ambas"...
ResponderExcluirnão mesmo.
excelente poema!