12 janeiro 2012

Acima da Humanidade

o que sei é que sei que há
e o que há é o que não sei
mas sei que me sei
sabendo-me que não me satisfaço
com as maçãs do baixo
da macieira
(hei de estender meu braço)
que as melhores estão no que é alto
e há sempre algo mais que o algo
do outro lado da beira

se a humanidade é só isso que vejo
(ou ainda aquém)
eu manterei o meu além
entre o além do meu desejo...
por mais que vós façais
em vossos sensatos humanos
(e eu não me limito nos anos)
a isso que foi é e será feito
não sigo e nem consigo
com que a vós
sangre o meu respeito...

ainda que ninguém esteja comigo
e o isso seja só isso
por este momento...
sou daqueles
que ao nunca me contento

há um mais acima do pouco
(alguém dirá que sou louco...)
mas em um mundo
que se imunda ao nada
deixo o vosso sucesso de fachada

há algo mais a se amar-te...
e se disso eu me esqueça
lembrar-me-ei de ti...

ó Arte

6 comentários:

  1. Perfeito, Alessandro. É exatamente essa a capacidade de abstração que defendo para a fuga dos homens deste mundo caduco: a arte! É a única maneira de encontrar alegria verdadeira. Supimpa!

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  2. Este magnífico poema me chamou muito a atenção, me identifiquei muito com ele. Entendo que não devemos cair ao lado da vulgaridade de todos,não importa o quanto isso nos custe. Grande abraço!

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  3. Olha tá se garantindo, hein! Às vezes a gente tem mesmo essa vontade de pairar acima da humanidade pobre, mas é a nossa natureza. Não considero a arte uma felicidade certa, não. Ela é só a expressão da nossa realidade, o q nos causa conforto.

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  4. Poucos são os da humanidade que querem, de fato, as maçãs do topo. Para querê-las , e tê-las, é preciso disposição, vontade, atrevimento, e Dignidade.

    Beijo.

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  5. No início... o jogo: saber, não saber, só sei que nada sei... viajei!

    Sem falar dos inúmeros questionamentos... da sua acidez delicada ao tratar o mundo que nos cerca...

    Beijos =)

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  6. A arte de poetar traz em si a essência das outras ciências. E antes mesmo de serem luz aos olhos do poeta, são o esplendor daquele que a sente. A vida nesse ponto é soberana, pois demonstra que antes mesmo da filosofia dar os primeiros passos, se faz poesia.

    Ao ler seu poema, estive por obra da intertextualidade, entre filósofos da Grécia pensante, entre criacionistas cristãos e pensadores modernos. E é justamente nesse ponto, entre todos os pontos diversos, que sua arte se faz versos.

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