22 novembro 2011

A Ti, Sanguinário

no que há mais força
que na determinação do mosquito?
ele sabe o que há de fazer
e o faz
nas noites nas matas nas chuvas
nos ares nos solos nas grutas
pela morte pelo caos pelo horror
quando acabar este maldito humano
será o mosquito ainda o senhor...

quem o venceu? quem o subjugou?
quem dobrou sua espinha
e o fez desistir
de aspirar ao teu sangue
e ir repousar a se rir...?

um exército apocalíptico de mosquitos
(o que há de mais firme?
o que há de mais implacável?)
invadiria todas as terras
venceria todas as guerras
e tornaria este mundo
incivilizável

a Ti, Mosquito
minúsculo sanguinário
e às hostes dos insetos deste planeta
a vós
faces-deuses do Horror
deixo o meu verso miserável
a minha amizade inútil
e a minha imperturbável dor...

6 comentários:

  1. Fantástico!

    A leitura nos move a uma cena muito interessante de se imaginar (quiçá viver).

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  2. Cara... que poema original! sem palavras!!!
    Tuas poesias sempre surpreendem.

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  3. LINDO POEMA!

    E pensar que um bichinho tão pequeno ARRASA!

    Excelebte!

    Beijos

    Mirze

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  4. O pior é que você tem razão, o pequenino subjuga todos nós e pode nos dizimar com todo o nosso tamanho e numa velocidade gigantesca ele vai espalhando o terror.

    Abs saudosos

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  5. Fantástico mesmo! Um mosquito só, pode matar um homem. Isso porque o homem pensa. O homem pensa que um mosquito não é nada. Uma praga de mosquitos pode arrasar a humanidade. Isso porque o homem não pensa. O homem não pensa que união é poder.
    Fantástico!

    Beijo.

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