se sabes que vais
(por favor, não vás...)
fazer com que acordem
(cala os teus acordes!)
infinitas multidões
de mulambentas múmias humanas
marionetes mecânicas
pelas ruas astralmente
imundiciadas
lá vão elas
por entre poeiras e cadelas
em seus vazios cheios de nadas
com um sorriso fingido
entre as duas orelhas
que enfeitam cabeças
de retardadas
Sol, para que iluminar?
iluminar o quê?
que luz que entrará
naqueles porões de ratos
(afundados em fúteis trabalhos)
dos humanos corações?
o coração...
nada mais que um músculo gorduroso
entre dois estúpidos pulmões...
Sol, para que acordar
toda essa gente?
para espalhar dos seus olhares
aqueles restos hospitalares
de suas almas leprosas
que nem têm mais dentes...?
Sol, eu te imploro
basta de nos mostrar
tanto horror
tanto vazio
tanta decepção...
deixa-nos e vai além...
para que nascer para todos
se o homem não é mais ninguém...?
É a arte do fim, tecida com palavras rascantes. Sem luz, não haverá mais vida, nem sofrimento.
ResponderExcluirTeu texto verte lágrimas, de um jeito colossal.
Nossa que lindo
ResponderExcluirForte!
ResponderExcluirUm grito de manifesto em demasiado humano!
Esse eu reconheceria como seu em qualquer lugar.
ResponderExcluirBárbaro! Forte, mas verdadeiro. Muitas vezes também questiono.
Beijos, poeta!
Mirze
Desconcertante! Uma ode à desolação.
ResponderExcluirBeijos.
Olá, obrigada pelo comentário e por seguir meu blog, fico feliz.
ResponderExcluirTambém gostei do seu.
Esse poema é forte, mas não deixa de ser uma realidade. Nos faz parar e pensar.
Parabéns!
Bjos e volte sempre XD