a minha parte em tudo isso
é a parte do depois de isso...
sei de tudo o que já foi estado
e do que ainda é
mas não posso
estar com o que aí está
pois sou-me um outro passo
pé por pé
nem sei porque digo
isso que passo
mas sei que passo:
e digo o porquê...
que é eu ter que passar-me
e insistir no que não:
quedo a olhar-me onde ninguém me vê
um todo formado por parte
tem sempre última que é a última
que é a que nunca ninguém quer
e ali beijei o meu mister
por isso sou isso
que te canto só
e o meu sucesso
(que é em tudo que não é)
será quando todo sucesso
for apenas pó
não espero que me ouças
(tu – tu mesmo – e todo mais)
e nem espero o que me espera:
o meu objetivo
é ele não ser alcançado
(tu me alcanças?)
por isso já o tenho
e por isso nada faço:
terei minha vitória
no auge do fracasso
Poesia profunda, melancólica, de palavras tão bem escolhidas que dá até para deixar a imaginação fluir no seu enredo.
ResponderExcluirLinda poesia.
Uma ótima semana! =]
Poema altamente enigmático, mesmo assim, sentimos uma pulsação de algo que nos prende com intensidade.
ResponderExcluirVc sempre surpreende. Fantástico!
ResponderExcluirbeijo
Reiffer!
ResponderExcluirÉ bem no auge do fracasso que encontra-se a vitória e o poema mais belo.
Você sabe.
Beijos
Mirze
Trágico, isso do meu ponto de vista, o que não vale um vintém rsrss
ResponderExcluirpontada de acidez em teu poema, gostei.
Vitória no auge do fracasso... Objetivo é ele não ser alcançado...
ResponderExcluirQue coisa... Adorei!...
Abraço, Reiffer.
" Tempo descompromissado",tempo de melancolia amargando uma solidão sem tamanho,
ResponderExcluirque parece sem FIM,
não ter FIM!!!
O auge é flanar para entortar caminhos retos.
um abraço