melhor que afirmar
é sugerir...
quem afirma tudo o que fala
como um pavão a empenar-se na sala
viola as portas invioláveis do silêncio
com a violência de um touro
que se deixe o silêncio dizer de si:
o que se silencia vale ouro...
gosto de dizer
o que está (ou não)
por entre do que digo
não quero que quem me leia
esteja lendo de si para comigo
e melhor ainda
é aquilo que nunca disse
verso sorrateiro e furtivo
como um sussurro pelo vento
que nem sequer existisse...
a verdade nunca se sempre de frente
há que se por um porém
entre o que ela é
e o que dela se vê
verdade é o que está sempre latente
a possibilidade ainda não alcançada
(e protegê-la do que é gente)
por isso deve vir só em signos
e criptografada
há um só sentido
(mas que são vários
são vários...)
e para provar
que não afirmei nada
poderia ter dito tudo isso
pelos contrários...
Por isso gosto tanto das reticências...
ResponderExcluiro meu silêncio ainda reina...amei o post, bem reflexivo! bj
ResponderExcluirQue perfeito!
ResponderExcluirSugestão é sempre bem vinda em um poema, este, não foge à regra.
ResponderExcluirMUITO BOM!
ResponderExcluirQuando criança e mesmo adolescente eu escrevia de trás para frente. Tudo!
Foi a maneira que encontrei o silêncio. Ninguém entendia. Era um solilóquio.
Beijos, poeta
Mirze