12 julho 2011

Causa, Razão e Consequência

eu não me explico.
por que deveria dar um motivo
para perder ou não o meu siso?
reservo-me o divino direito
(com o que faço
só eu devo estar satisfeito)
de dizer-me ou não
e se assim desejo
depois me desdigo
que nunca falo do meu falo
e não sou meu próprio umbigo

as palavras são as asas
que não tenho e sustenho
e deixo que voem vaguem veladas
sem ter que ter no meu chão
(já me basta todo o meu não)
algo de alga sobre o mar
lago de lança cobre o céu
e um lento luto lento
sempre a me ser olhar...

lá vai minha palavra
mais do que eu
e por outra maior estrada...

se eu tivesse que explicar tudo
melhor seria não dizer nada...

5 comentários:

  1. Amei o post...o meu silencio permanece, e prefiro assim. bj

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  2. Há sempre uma sombra e uma magia nas tuas palavras, algo que sempre fica no ar, que nos inquieta. Por isso gosto de te ler. Abraço

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  3. Lindo poema, finalizou-se com uma ótima frase. Algumas coisas não são necessárias explicar, o silêncio por si só já e a resposta.

    Um ótimo restinho de semana para você!
    Até mais.

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  4. "lá vai minha palavra
    mais do que eu
    e por outra maior estrada..."

    Formidável. Um poema esclarecedor.

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