fazia frio
fora
e dentro de mim...
isso foi há séculos
agora sou frio.
mas há séculos
passei pela floresta
e na floresta havia um rio
e no rio uma cachoeira
e ao lado da cachoeira
havia uma grande pedra
e sobre a pedra
caía eternamente
um tênue fio de água
do lado esquerdo do rio...
isso foi há séculos
agora sou frio.
há dias
fui ver a grande pedra
não passava
de um pequeno cascalho
o tênue fio de água
de tanto cair em cima
por séculos e séculos consecutivos
a consumiu...
isso foi há dias
agora sou frio.
mas quem ali passou
durante esses séculos
não percebeu
que a pedra estava agonizando
lentamente
sob a água sem nenhum compromisso...
o Fim é isso.
Querido poeta,
ResponderExcluirHá 3 dias, eu estava dentro de mim, exatamente, me questionando sobre a falta de percepção do meu fim. Estou indo e parece que nem fui.
Maravilhoso poema!
Bj
Grandioso poema! Sua análise mais que póetica sobre percepção, transformação e resultados finais, é simplesmente genial! É lindo, simples e melancólico...Tão bonito, e triste também.Poderia ser um sonho.Uma música.Um momento de delírio.Um ilustração.Um quadro.Acho que é tudo isso,e é lindo. Lindo como você!
ResponderExcluirReconhecer o fim, que é o agora... Lindo poema, belo desfecho trabalhado em suas palavras... Simplesmente único.
ResponderExcluirBom fim de semana!
Excelente!
ResponderExcluirDos meus preferidos, Alessandro, amei!
Perfeito, adorei!
ResponderExcluirFinalmente alguém que escreve com a alma!
Seguido :)
Se puder retribuir, ficarei grata!
Um beijo
Nathacha Phatcholly
Gosto de contos e poemas sobre pedras. Penso que se pedras ganhassem vida quantas coisas poderiam nos contar rsrsr adorei pq é sempre bom ler o que vc escreve.
ResponderExcluirNo caminho dessa água tinha uma pedra...
ResponderExcluirintrigante e relaxante,parece que não lidar com coisas que parecem ser frias não tem importancia.só são fias e pronto.
ResponderExcluirainda escreverei assim...rs
belo poema.