29 maio 2011

Agora é Tarde...

morreste
e já não sabes
que não és o que foste
e talvez nem foste
aquilo que em ti te morreste
deixaste acabar-te os olhares
e quando olhaste ao acima
já te estavas abaixo
do palmo a palmo do sonho enterrado

morreste
e por morreres pensas que vives
temendo tudo que é alto
te contentaste em varrer o teu pó
deixaste escorrer os teus astros
desbotaste todas tuas noites
naufragaste pelos teus castelos
e defecaste sobre teus lagos

e tudo isso enquanto sorrias
por entre as certezas suínas
que enlamearam o céu da tua boca
enquanto degustava o açúcar...

fitaste a arte
com os olhos fechados...

morreste
e agora já é tarde:
teu sol já não bate
e teu peito não arde.

7 comentários:

  1. Que lindo a poesia... Tanto que dá para criá-la na mente.

    Abraços! Boa semana! ^^

    ResponderExcluir
  2. "fitaste a arte
    com os olhos fechados...

    morreste
    e agora já é tarde:
    teu sol já não bate
    e teu peito não arde."

    O muito dito em tão pouco para os que não vêm além da superfície...

    ResponderExcluir
  3. Bonjour... Je voulais séduire.
    Soy la muerte quien seduce.
    Con el beso de la araña.
    Soy la muerte quien te atrapa.
    Con las garras del infierno.
    Soy la muerte quien provocas.
    En silencio proclamado.
    Soy la muerte quien te arranca.
    El aliento de tu Alma.
    Bonjour... Je voulais séduire.
    Soy la muerte quien vigilia.
    Con el beso prometido.
    Soy la muerte sigilosa.
    Con el mal en mis colmillos.
    Soy la muerte que tu buscas.
    Con las llamas perfumadas.
    Soy la muerte quien desgarra.
    El abismo de tu Alma.
    Bonjour... Je voulais séduire.

    Dulce Amanecer, mi beso.

    ResponderExcluir
  4. e como por vezes não há volta..
    muito bom Reiffer..
    beijo e boa semana.

    ResponderExcluir
  5. Caro poeta, certeza inevitável à quem não tem a vida abreviada.

    ResponderExcluir