cavar todos os dias
com uma pá
sem descanso
cavar a cada instante
como se fosse adiante
cavar com o pé
o que não é
até achar diamante
a toda hora
como se fosse embora
cavar pelo pó
com um resto de bota
sem ter espora
cavar cova tão imensa
que seja cratera
e chegue ao outro lado
e à outra era
e arrancar petróleo e ouro
quanto mais cansado
com fôlego de touro
e rubis e esmeraldas
e trazer à luz
envolvidos em grinaldas
e enfim jogar tudo aos porcos
pelos chiqueiros tortos
e partir
sem ter o nome na lista
e como um vulto
que pelo longe some
sublimemente
morrer de fome
(eis a missão do artista)
REIFFER!
ResponderExcluirA exata tragédia humana que vivenciamos.
Beijos, poeta!
Mirze
Eu tenho um poema parecido com esse, mas tematicamente diferente.
ResponderExcluirVersaste bem essa agonia diária de ser artista. Muito bom!
Tem a intensidade e a alma que só você consegue dar aos versos...
ResponderExcluirOlá Reiffer,
ResponderExcluirvim agradecer a visita e conhecer teu "Fim"..
já te sigo...
Abraço.
Para João Cabral não pôr defeito. Muito bom!
ResponderExcluirAbraço!
Quem bem sabe sou eu rsrsrsr
ResponderExcluirPenso que é a primeira vez que venho até seu espaço. O que li, aqui é interessante, gostei e vou ser seu seguidor. Seja meu também em:
ResponderExcluirwww.congulolundo.blogspot.com
www.minhalmaempoemas.blogspot.com
www.queriaserselvagem.blogspot.com
Um abração e tudo de bom.
Muito bommmm..
ResponderExcluirbjs
cavar é ofício, Alessandro.
ResponderExcluirEncontrar as palavras, descobrir os códigos. Como disse alguém: pérolas aos poucos...
abraços!
nossa! bons pensamentos esses q li até agora. estou viajando aqui em seu blog. estou gostando. o drama, o melancólico... mto bom mesmo.
ResponderExcluirbeijos caro poeta
Regina Castro