14 abril 2010

Stabat Mater *

Estava a Mãe Natureza
chorando junto das cruzes
das quais seus Filhos pendiam.

Via suas almas gementes
imponderáveis e aniquiladas
traspassadas por motosserras.

Oh! Que triste e aflita
estava a bendita Mãe
dos filhos universais!

Devastada de dor,
chora vendo
o desastre dos seus Filhos.

Quem poderia conter as seivas
da Grande Mãe
já tombada junto dos seus Filhos?
Quem poderia não se entristecer
ao contemplar a Mãe Natura
vendo os animais no tormento
flagelados pela humanidade?

Oh Mãe, fonte de vida,
faz-me sentir todo o seu fim
para que eu me acabe contigo.

Mãe pura, derrama
profundamente no meu coração
o sangue dos teus Filhos massacrados,
eu também sou culpado,
quero compartilhar deste sangue.
Faz com que eu chore
e padeça com Eles
até o fim da minha existência.
Quero estar ao teu lado
chorando junto de ti.

Faz com que me firam as suas feridas,
que eu também ajudei a causá-las,
faz com que sofra os horrores do progresso
pelo amor dos teus Filhos.

E quando o corpo da Terra morra
faz com que a sua alma alcance
a glória do seu retorno.

Amém.

*(Escrevi este poema baseando-me no Stabat Mater de Pergolesi. Amanhã comentarei sobre esta obra do compositor italiano.)

7 comentários:

  1. Fiquei completamente emocionada com a beleza desse poema!
    Como você é sensível menino bonito!
    Beijos
    Denise

    ResponderExcluir
  2. Um poema pra Aldo Rebelo nenhum botar defeito hein! Que bom ver que tu é engajado nessa causa vital!

    Um abraço!

    ResponderExcluir
  3. Há algo de tão intenso e tão diferenciado em tua obra, tanto em poesia quanto em prosa, que nos impressiona profundamente. Teu talento se reafirma a cada dia. Parabéns!

    ResponderExcluir
  4. Li nalgum lugar que os políticos brasileiros, em sua maioria, são psicopatas. Não adianta: a poesia não os toca. Mas, há de tocar que os elege!

    "Um poema pra Aldo Rebelo nenhum botar defeito" (2).

    Abraços,

    ResponderExcluir
  5. Li nalgum lugar que os políticos brasileiros, em sua maioria, são psicopatas. Não adianta: a poesia não os toca. Mas, há de tocar que os elege!

    "Um poema pra Aldo Rebelo nenhum botar defeito" (2).

    Abraços,

    ResponderExcluir