a esperança
é o carneiro pendurado pela pata
aguardando que o punhal afiado
lhe fure a veia da garganta
é a curta distância em centímetros
na tábua reta sem verniz
do último passo do condenado à forca
é a luz ao longe contemplada
que se ergue aos céus em cogumelo
na majestade da bomba atômica
...
a esperança
é o sangue do carneiro que coagula
derramado pela terra em pó
enquanto sacia o desespero
do cachorro esfomeado
A esperança as vezes é uma aliada perigosa não? ela assume o sabor de qualquer fim...
ResponderExcluirAbração Alessandro
Nossa, bem forte e perigoso.
ResponderExcluirmas um ótimo poema,
és lindo teu blog!
um beijo.
Ahhh a esperança, o que seria da nossa vida sem ela, e o que fazemos da nossa vida com ela...
ResponderExcluirÉ uma faca de dois gumes, mas mesmo assim sou ao seu favor...
Quando não se espera, não há dor, mas como deixar a esperança se vivemos querendo demasiadamente novos rumos?
Lindo poema !
Abraços
Leticia Duns
Uma das definições mais reais que já vi sobre esperança.
ResponderExcluirAdorei!
Abraço.
Não eram os gregos, pais e mães da Esperança, que já viam a cria com reservas?
ResponderExcluirSinto-me cachorro esfomeado... Preciso (como gênero humano) do sangue deste carneiro que se imola todo dia, e, como um belo mito, não passa de um necessário mito.
Quantos de nós (como gênero humano) não estamos a afiar a faca enquanto o carneiro tem a lâmina refletida na retina?
Afffffff
ResponderExcluirForte
Intenso
Mas real e até motivador.
Voce é poderoso neste seu espaço...
Admirável
Beijo
T I N I N