09 fevereiro 2010

A Noite é o Seio

Noite...
negra flâmula do Fim...
és romântica, simbolista e pós-moderna:
a Noite é eterna.

quem pode impedir
o teu sempre ser?
quem além pode ver
entre o mistério que tens?
Tu sempre vens.

por mais sol
que brilhe nos olhos da bela
os olhos dela
hão de sempre fechar...
que de tudo há noite:
anoitece a vida
anoitece o sonho...
anoitece amar.

em tudo e no todo
cai a sombra divina:
as alegrias tombam
os sorrisos se fecham
e o romance termina.

o adeus aguarda no trono do tempo
e o seu aceno de réquiem
sempre nos alcança:
tudo descansa.

há a noite do dia
a noite do mundo
noite do Cosmos:
a Noite é a origem
Deusa de onde tudo veio...
e a Noite é o destino:
iremos todos repousar
no seu imortal seio...

(na imagem, o quadro “Noite Estrelada sobre o Rhone” de Van Gogh)

3 comentários:

  1. Belo, sombrio, profundo... Grande poema! Gostei muito do que li por aqui. Vou acompanhar seu blog.

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  2. Alessandro, acaso lembras daquela capa do jornal expresso ilustrado onde aparecia o então vereador sandro palma, sua esposa e seu filho, onde anunciavam que ele estava desenganado, com cancer e que já ía morrer?

    Acho que todos aqui em Santiago lembram daquela capa, onde o dito cujo raspou a cabeça (E NÃO AS SOBRANCELHAS).

    Mas quem foi o autor intelectual de cena, da foto, da capa???

    o jornal é sempre o jornal. certo? isso estamos de acordo.

    mas e os que bancam os puros e são autores intelectuais dessas trapaças?

    onde estão escondidos hoje?

    um forte abraço meu amigo!!!

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