29 setembro 2009

do Tempo

sinto saudades
de ser o ser que sou-me
de ser um ser que soube
de ser não-ser que some
saudades de tudo
que aconteceu
sem ter (me) acontecido

saudades
de árvores à beira de auroras
de aurora regada de aves
de ave em água à névoa sonhada
sonhada em limoeiros de gatos
gatos pairando por pátios
pátios por noites filtradas
filtrada essência de olhos
olhos de sóis pelos campos
campo que luz em meu peito
meu peito em cantar pela espera...

o Tempo saudade-me
quando me caso
com seu ocaso

7 comentários:

  1. Um poema de uma imensa beleza e de uma profunda expressividade.

    André Vieira

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  2. Bem, ká não vinha visitar este blog fazum tempinho... Este texto é de uma suavidade e beleza indiscritivel...

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  3. Saudade sempre um tema presente em qualquer lugar e qualquer parte,adorei o blog...vou seguir! bjosss e bons escritos!

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  4. O tempo badala sempre na saudade, mas será a saudade um forma de estar acompanhado pelo tempo?

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  5. Sao de sua autoria ? Podemos divulga-los no nosso blog ?

    Parabens !

    Somos um grupo de brasileiros que divulga a cultura do Brasil em Paris.

    Abraços.

    Bresil Coolturel
    www.bresilcoolturel.blogspot.com
    bresilcoolturel@yahoo.fr

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  6. Não há tempo que se possa voltar atrás. Considero isso um privilégio, pois nossos erros nos fazem aprender. O melhor são as lembranças, o sabor de querer mais.

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  7. Vejo a beleza da profundidade.
    nem sempre o leitor entende o que o poeta realmente quis dizer, mas assume-se a ess~encia surreal dos versos.
    gostei bastante deste maravilhoso poema!

    ps.: em um selo pra vc em meu blog, dê uma olhada!

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