04 agosto 2009

Poesia Velha

gata de canto holocáustico
de coruja pingando na geada:
minha poesia velha
é lâmina de espada
desembainhada

gota de choro noctívago
de neve exaurindo-se a luz:
minha poesia velha
é tigre esfomeado
arrebatando cruz

Goethe de destino fáustico
de frio naufragando no amor
minha poesia velha
é relâmpago pela janela
na festa do leitor

5 comentários:

  1. muito belo esse post. a métrica sutil das palvras é extremamente perceptível na leitura pausada em voz alta. só posso dizer que gosto muito de poemas assim.

    Blog Suicide Virgin

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  2. Simbólico!
    é quase fatal o prazer de ler uma poesia assim, nem sei o que dizer, isso é a arte em total pureza!
    pasmo com o desfecho, a imagem nublada contrastando com a 'festa'!
    belíssimo!

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  3. "é relâmpago pela janela
    na festa do leitor"

    Essa é uma sensacional imagem, muito expressiva e significativa. Podemos entender de várias formas, mas creio que há uma que a centraliza...

    André Vieira

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  4. Alessandro, tomei a liberdade de incluí-lo nas indicações do meu blog como entretenimento inteligente, dada a qualidade das suas linhas. Espero que não haja problemas. Abraços.

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  5. Adoro o sistema métrico... e diria mais, sua poesia velha é fenomenal... loool

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