ser humano
é ser fracassado
por isso
entre o tudo que não existe
dou-te este poema
fracassadamente triste
mas se minha tristeza
não é suficiente
olha pra o mundo...
eu dou-te aquilo
que não perdoa:
eu dou-te a culpa
que troa
eu dou-te aquilo
que sempre surge:
eu dou-te o erro
que ruge
eu dou-te aquilo
que nunca passa:
eu dou-te a dor
com a taça
eu dou-te aquilo
que sempre é firme:
eu dou-te o medo
e o crime
eu dou-te aquilo
que não se apaga:
eu dou-te o mal
com a chaga
eu dou-te aquilo
que é sempre igual:
eu dou-te a morte
triunfal
eu dou-te aquilo
que nunca esquece:
eu dou-te o Fim
sem prece
e se mesmo assim
tu me disseres
“com todo horror
eu não chorei”
eu te direi
que até nisso
até nisso
eu fracassei
Pode-se dar quase tudo, mas no meio disso não se pode prever o que é acolhido
ResponderExcluirIncrível, excepcional! Tuas obras tocam no que há de mais profundo em nós. Impossível ficar indiferente à força de tuas palavras.
ResponderExcluirAndré Vieira
^^ Como sempre, lindas palavras adornadas de musicalidade e melancólica...o/
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ResponderExcluirNossa, isso aí ficou desgraçado!
ResponderExcluirSempre pungente, sempre Reiffer!!!
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