09 janeiro 2009

E-mail enviado a Júlio Prates

Júlio:

Somente hoje li tua polêmica postagem sobre a poesia em Santiago. Tu tens razão, poeta é tudo, ou quase tudo, o que disseste. Mas ainda não disseste tudo, alías, faltou as principais características, um poeta é muito mais. Por exemplo: um poeta detesta política e políticos. Às vezes se mete nela, mas é de tanto nojo que tem. Então se mete pra ver se detona tudo logo. Eu sempre fui contra o título de Santiago, Terra dos Poetas. Mas eu não estou nem aí, por mim que esses políticos deem o nome que quiserem a Santiago. Por que eu vou estar me preocupando com isso? Tenho coisas bem mais importantes pra fazer. Quer ser Terra do Poetas, que seja, pra mim tanto faz. Eu quero ficar no meu canto e falar daquilo que ninguém fala: do Fim. Se os outros me consideram poeta ou não, não faz diferença, eu sei o que eu sou.

Só uma coisa não ficou claro no teu texto. Disseste que poeta é vagabundo. Em que sentido? Se for no sentido de ter um emprego, eu concordo plenamente (tanto que eu não tenho), mas isso não significa que um poeta não trabalhe, fazer poesia dá muito trabalho.

A propósito, tua postagem é do dia 7/01. No dia 6/01 eu postei um poema no meu blog chamado Poema Nulo(abaixo). Percebas a coincidência da temática. Será que eu captei o que tu irias dizer? Isso é mais uma das coisas que faltou na tua definição de poeta: um poeta está em outro tempo e espaço. Ah, e o principal, que deverias ter dito: um poeta é sempre uma nulidade.

Abraços!

Obs.: ao final do corpo do e-mail, enviei o "Poema Nulo", o qual está postado abaixo.
Obs.2: o e-mail está aqui fielmente reproduzido, inclusive com seus eventuais erros de português e/ou digitação.

Um comentário: